quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CAAASP participa de visita de intercâmbio para trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar.



Na última terça-feira, 18 de novembro, uma comitiva de agricultoras e agricultores do alto sertão paraibano, coordenados pela CAAASP, fizeram uma visita de intercâmbio para produtores da agricultura familiar, a maioria assentados da reforma da agrária e contemplados do programa p1+ da Asa Brasil, financiada pelo BNDES.

Intercâmbio Interestadual faz parte das atividades do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), que proporciona aos participantes oportunidades de visualizar e conhecer alternativas desenvolvidas em outros estados de convivência com o Semiárido.
A comitiva visitou o município de Apodi, região Oeste do Rio Grande do Norte. Somou-se aos paraibanos outra comitiva oriunda da região de Ipanguaçu, Afonso Bezerra, Pendências e Angicos, todos do RN. 

Camponeses e camponesas, jovens, gente que vive do campo, puderam observar técnicas e manejos alternativos que são exemplos de desenvolvimento sustentável e, especialmente, como o bioma caatinga pode ser rentável quando é explorado de forma consciente e harmônica com as características naturais.

O primeiro momento aconteceu no P.A. Nova Descoberta, recepcionados por Gildo e Seu Maninho que mostrou como produzir hortaliça totalmente orgânica. Na roda de diálogo teve de tudo: receitas de biofertilizantes, coleta de semente de plantas medicinais; uma diversidade de saberes compartilhados. Seu Maninho disse que ali perto tem um japonês que produz melancia de até 25 kg, mas, usa agrotóxico, agora, a melancia de Seu Maninho só chega até 16 kg, mas, o japonês compra melancia a Seu Maninho que nos revela “a que ele produz ele não come”.
 
Seguiu-se a comitiva, ao Assentamento Moacir Lucena, onde foi possível conhecer a história de Irapuan e daquela terra: “Aqui a gente pensa no futuro”, vai dizendo enquanto discorre sobre todas as potencialidades que o semiárido proporciona. Identifica espécies da fauna e da flora, fala sobre o manejo correto, as tradições, as parcerias com a Universidade Federal e o IF da região. Quase não há sombras, o pau branco e a aroeira pelados servem de apoio a uma plateia que atenta, com a forma como que aquele sertanejo se expressa e vez por outra ouve sua máxima: “sem fogo e sem veneno”.

A tarde com sol mais ameno, a visita deu-se no Assentamento Milagres, famoso por já ter recebido o presidente Lula; o primeiro do país a ter saneamento básico; e, tem Seu Zito e Dona Antonieta e outras tantas pessoas da comunidade, gente participativa, alegre e consciente. A experiência inédita no país foi implantada pela própria comunidade com o apoio de técnicos locais e financiamento público. Trata-se de um sistema de coleta do esgoto produzido nas residências da vila que é núcleo do assentamento. Todo esgoto é tratado e em seguida retorna para irrigar as culturas da comunidade. Sobre a manutenção do sistema implantado, Dona Antonieta, conclui: “aqui todos sentem-se dono e por isso tem mais cuidado”.

Após tantos encontros e descobertas, os grupos se despediram com os gracejos e glosas comuns que expressam a harmonia coletiva. Nestes momentos saem pérolas como esta: “Diga jerimum com três “t”. Outro responde: “taiada”, tripa e talo.

Fonte: Geraldo Bernardo Abrantes.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CAAASP realiza Encontro Microrregional em parceria com a ASA/Brasil.



A Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano - CAAASP, realizou nos dias 13 e 14 de novembro, No Hotel Termas Brejo das Freiras em São João do Rio do Peixe-PB, o Encontro Microrregional com a participação de agricultores, representantes de sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais, associações, Igrejas, comissões municipais, famílias beneficiárias, equipe técnica e diretoria da CAAASP, além de representantes da ASA-BRASIL e secretarias municipais.
 
Com uma programação voltada para a convivência com o Semiárido, o evento discutiu modelos de desenvolvimento e temas como acesso à terra e potencialidades, pois mais do que construir cisternas, o P1MC influencia a realidade cultural, econômica e social da região Semiárida.
Pela manhã aconteceu o acolhimento e a Mística de abertura, seguida pela apresentação dos participantes. Após as inscrições, a Jornalista e Professora Mariana Moreira palestrou sobre o que representou para os movimentos sociais o processo eleitoral e a vitória de Dilma – “Desafios e Perspectivas do novo Governo”. 
 
À tarde, os participantes foram divididos em três grupos para a avaliação e planejamento dos programas; também foi feita uma análise de conjuntura política pela coordenadora técnica do P1MC, Aldineide. 


 

Houve ainda uma apresentação das ações desenvolvidas pela ASA, apresentada pelo assessor técnico Rodrigo:


 
Mostrando a realidade local, o Coordenador técnico do P1+2, Francisco Maximinio,  apresentou um balanço das ações realizadas pela CAAASP.



O segundo dia iniciou com a Palestra: “O Papel das Organizações Sociais nas Conquistas e no controle social das Politicas Públicas”, com o Professor do Instituto Federal da Paraíba, Chico Nogueira.


Foi um momento para discutir questões de grande relevância para o Semiárido, avaliando o trabalho desenvolvido nos 36 municípios que a CAAASP atua em seus 14 anos de existência. A entidade já implementou quase nove mil cisternas, atendeu mais de quarenta e quatro mil pessoas, com o objetivo de proporcionar a essas famílias acesso à água de boa qualidade para o consumo humano e produção de alimento, através das práticas de convivência com o Semiárido, como as cisternas de consumo e produção, barragens subterrâneas, cultivo de produtos agroecológicos, etc.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Beneficiários do P1+2 participam de SISMA em Poço José de Moura

A Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano - CAAASP, organização que faz parte do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), realizou, nos dias 04,05 e 06 de agosto, no sítio Nambi município de Poço José de Moura (PB), uma capacitação sobre Manejo de Sistemas Simplificados de Água para Produção (SISMA).



O evento contou com a participação de famílias que conquistaram a construção de tecnologias sociais implementadas pelo P1+2 nas comunidades Silva, Cabaços, Bezerro Amarrado, Lagoa do Exú, Monteiro, Vaquejador, alto do Seixo, Carretão, Recanto do Caiçara, Nambi, Caiçara, Casas Velhas e Recanto.



No SISMA, teoria e prática se complementam. Durante os três dias de atividades, as famílias conheceram as definições e classificação dos adubos, solo, construção de composto orgânico, produtos naturais para controle de pragas e insetos, horticultura e criação de galinha caipira. Como atividade prática, a capacitação resultou na construção de um canteiro econômico, o SISMA é uma das atividades que faz parte do contrato de patrocínio entre ASA e BNDES, para realização do P1+2.Inicialmente, os agricultores refletiram sobre a importância de aprender a conviver com o Semiárido, visando o melhor aproveitamento da terra e dos recursos que esta dispõe, além do armazenamento de água que é algo fundamental quando se pensa em convivência com a região Semiárida. “Essa é uma oportunidade de compartilhar o conhecimento técnico ao saber dos agricultores. O curso auxilia os agricultores quanto às técnicas de convivência com o semiárido e percebemos uma carência de assistência técnica. Muita coisa que trago para o curso eles já sabem, mais é preciso aperfeiçoar, juntar os saberes” afirma Valber Matos, Comunicador Popular da CAAASP.



Com esse pensamento os agricultores atribuíram um significado diferente às praticas e começaram a entender que através de técnicas simples, é possível produzir de maneira sustentável, como é o caso das práticas vivenciadas com a construção do canteiro econômico.



Essas práticas serão essenciais para as famílias, uma vez que propicionam aprendizagens significativas. “Eu ja tinha um pouco de conhecimento, mas a capacitação só veio ampliar o meu conhecimento sobre alimentos orgânicos e manejo sustentável, pois com a chegada da cisterna calçadão vamos aumentar a produção . Agora e esperar a chuva e não desperdiçar a água”, conclui a agricultora e agente comunitária Francisca Mª Duarte do Rêgo.



Com a chegada das cisternas na região, a agricultora Maria Bezerra do sitio Vaquejador afirma que “Muita coisa vai mudar na nossa vida, primeiro recebemos a cisterna para o consumo da casa e deixamos de beber agua salobra, e agora com essa segunda aguá sera mais importante ainda, pois será para a produção de alimentos livres de agrotóxicos”, comentou.



É possível perceber que as reflexões apresentadas durante a formação em SISMA, fica evidente a importância desses momentos, tendo em vista que a teoria se consolida na prática, além de compartilhar saberes fundamentais para a construção de um Semiárido mais digno.





segunda-feira, 19 de maio de 2014

Agricultores do município Poço José de Moura participam de capacitação sobre Sistema Simplificado do Manejo de Água para Produção de Alimentos.

A Central das Associações dos Assentamentos do Alto Sertão Paraibano – CAAASP realizou nos dias 14, 15 e 16 de maio, na Comunidade Casas Velhas, no município de Poço José de Moura -PB, à 522 Km da capital, o curso de Capacitação sobre Manejo de Sistema Simplificado de Água para a Produção de Alimentos. O Curso foi voltado para as famílias das comunidades rurais Casas Velhas, Nambi, Torrões, Cabaços, Carnaubinhas, Recanto do Caiçara e Alto dos Gomes, que foram beneficiadas com as cisternas-calçadão da fase piloto do Projeto Uma Terra e Duas Águas (P1+2).



A capacitação foi ministrada pelo Engenheiro Agrônomo Givanildo e a Técnica Agrícola Emanuella Alves e acompanhada pelo comunicador social Valber Matos. O Objetivo era contribuir com a política de convivência com o semiárido, orientando para a utilização racional da água, permitindo a otimização dos recursos hídricos disponibilizados e o manejo água da chuva para que as famílias possam potencializar seu uso na criação de pequenos animais e na produção de alimentos.




Para a agricultora Márcia Maria Duarte, a capacitação foi muito proveitosa e a equipe e prestativa. "Aprendi coisas que nunca tinha visto, além de se conscientizar sobre a importância de produzir os próprios alimentos, livres de agrotóxicos. Hoje aprendemos a fazer um canteiro de horta orgânica no quintal de casa, pois é o meio mais seguro de garantir a procedência e o frescor dos alimentos à mesa, um sonho que será possivel graças a cisterna calçadão." relata Márcia.


Dentro da programação foram realizadas várias atividades com os participantes, como um regaste da Gestão de Água para Produção de Alimentos - GAPA, debates e discussões sobre convivência com o semiárido, soberania e segurança alimentar, biodiversidade, sistemas agroecológicos, planejamento da propriedade em relação à disponibilidade e uso da água, entre outros. Também foi durante o curso que a turma realizou a construção de um canteiro econômico e compostagem.


Esses espaços de formação também objetivaram, além da troca de saberes e experiências, dialogar com os agricultores familiares a importância do planejamento da produção da família, de acordo com a disponibilidade de água e dos períodos de estiagem da região.

O objetivo do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) é contribuir com o desenvolvimento sustentável do Semiárido brasileiro, através do manejo adequado da terra e da água para produção de alimentos. Neste primeiro contrato com o BNDES estão sendo beneficiados 320 famílias nos municípios Poço José de Moura, Santa Helena e Bonito de Santa Fé. 



Na primeira etapa foram construídas cisternas calçadão e cisternas de enxurrada. Na próxima etapa, que começa em setembro, serão construídos os barreiros trincheiras e as barragens subterrâneas.

O P1+2 é uma ação da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA) em parceria com o Governo Federal, Banco de Desenvolvimento Social (BNDES) e é desenvolvido pela CAAASP no Alto Sertão Paraibano.